quinta-feira, 17 de março de 2011

Abusando da SuperNanny

Minha avó sempre dizia que somente enxergamos aquilo que queremos ver e, para falar a verdade, depois de muitos anos, percebi que ela tinha razão.

Gosto muito de assistir a SuperNanny no SBT com a Cris Poli. No começo era como se fosse apenas uma forma de entretenimento por falta de opções melhores na televisão e para dar risada das travessuras das crianças que ela tenta consertar. Porém, comecei a perceber e a associar a SuperNanny como uma oportunidade para entender o mundo corporativo e a realidade das empresas.

Para ser mais claro, a SuperNanny trabalha como se fosse uma consultora que chega numa empresa que está em crise. Num primeiro momento ela fica apenas analisando a situação sem se intrometer nos métodos e rotinas na casa, por pior que pareça, ela apenas observa e toma notas.

Analisado o problema, ela busca soluções para a situação e é neste ponto que quero chegar. Normalmente as reclamações dos gestores (pais e mães) são de que seus filhos estão fora de controle, que tem algum problema de comportamento, que são isso, aquilo, etc, etc e etc... e finalizam a frase dizendo: “Não consigo mais controlar meus filhos”.

Pois bem, para quem assiste a SuperNanny com uma certa frequência, acaba percebendo que as crianças, em 100% das vezes, não possuem nenhum problema. Por natureza elas são seres “puros” com o “HD” vazio, e que foram contaminados pelos maus hábitos dos pais e consequentemente agem de acordo com o que aprenderam. Ou seja, o comportamento delas, até aquele momento, é simplesmente uma reação de uma má gestão, e por que não falar de uma má liderança?

A SuperNanny atua de forma direta com os gestores, e a conseqüência destas ações é a descoberta de filhos inteligentes, carinhosos e motivados a colaborar, a construir uma família feliz e de sucesso. Os gestores descobrem filhos que até então não conheciam, que possuem talentos e competências que poderiam ser melhores aproveitadas.

Com toda a razão que dou à simplicidade dos conhecimentos de minha avó, aprendi a enxergar na SuperNanny, uma oportunidade de me desenvolver como líder e ter a consciência de que, se o negócio não está indo bem, se as coisas não estão funcionando da forma que deveriam, e se não há perspectiva de melhora? O primeiro que tem que mudar sou eu, para depois consertar os outros. Isso tem que acontecer sempre “Top Down”.

Abusem da SuperNanny e de outros programas que, vistos por um outro ângulo, podem nos ensinar muito mais do que simplesmente uma forma de entretenimento.

Um abraço a todos.