terça-feira, 8 de maio de 2012

Chegaremos na Lua?

Recentemente assisti a uma palestra do Professor Daniel Kroeff na FGV de Campinas, cujo tema era “Gestão Estratégica de Talentos em Equipes de Alta Performance”. Não quero discutir aqui o conteúdo da palestra que foi excelente, mas a forma com que o Professor a conduziu.


Ele não iniciou a palestra citando seu currículo vencedor e tampouco suas experiências de sucesso, ele iniciou sua apresentação cumprimentando todos os presentes com um aperto de mão e “olho no olho”... mesmo com a sala lotada, ele foi cumprimentando “um por um”.

Uma grande jogada de marketing, eu pensei... logo em seguida uma música de fundo começou a tocar... esse cara é um marketeiro mesmo, reforcei meu pensamento. 

Tenho como hábito, antes de assistir a qualquer palestra, pesquisar sobre o palestrante a fim de avaliar seu currículo e se a palestra “vai valer a pena”. Neste caso, o currículo do professor era excelente e, pelo começo, algo diferente pairava no ar. Ainda não sabia se seria bom, mas interessante estava.

Depois de uma breve apresentação, ainda sem citar seu currículo profissional e suas conquistas, ele já iniciou no tema central e foi envolvendo a platéia que se mostrava receptiva e energizada. A cada novo slide, a cada novo tema, a cada vídeo apresentado, um envolvimento maior até que no fim da palestra houve o golpe de misericórdia, com uma história pessoal colocou lágrimas nos olhos da maioria do público presente. O óbvio foi um estouro de aplausos como se vê nas melhores peças de teatro pelo Brasil.

Ok, a palestra foi boa... e daí?

E daí?... É que eu sempre faço uma analogia com alguns assuntos e procuro ver as coisas por um outro ângulo, como no post que escrevi sobre a Super Nanny, e que neste caso do Professor Kroeff, o que me chamou a atenção foi que ele não precisou mostrar seus diplomas, descrever suas conquistas, ou materializar de alguma maneira o que as outras pessoas pensam dele para garantir a credibilidade. Mesmo que no final da apresentação, se ele dissesse que era somente o faxineiro da FGV, já havia conquistado o público pela postura e humildade com que se dirigiu à platéia.  Não fazia mais diferença qual era o cargo dele, mas a mensagem que ele passou.

E acredito ainda, para quem estava lá e prestou atenção nos detalhes, que foi uma aula de liderança pelo exemplo e não pela imposição do seu currículo ou pelos slides apresentados.

Nos meus caminhos de mais de 15 anos de carteira assinada, como se diz no popular, já vi muitos chefes nada altruístas que adoram gritar palavras de ordem pelos corredores das empresas, se intitulam excelentes mestres exibindo seus diplomas e conquistas como verdadeiros troféus, mas na realidade não conseguem praticar aquilo que pregam, e se amarram no conceito “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, e o pior de tudo, não conseguem com que seu time acredite no pensamento deles e tenham o mesmo objetivo coletivo!

Gostaria de deixar claro que a comparação que fiz do professor com um faxineiro não tinha o intuito de menosprezar nenhuma classe trabalhista. Apenas tentei ilustrar a ideia de que toda uma corporação, se bem alinhada em seus objetivos, pode até levar o homem à Lua, mas todos precisam estar comprometidos com o mesmo objetivo independente da sua função.

Existe uma história ou lenda que contam por aí, que aconteceu em 1969, pouco antes do homem pisar na Lua. Dizia esta história que um jornalista, aguardando no escritório da NASA para entrevistar os responsáveis pelo projeto Apollo, que levaria Neil Armstrong à Lua, observou um faxineiro que estava recolhendo o lixo próximo a ele e, num instinto jornalístico, fez uma pergunta ao faxineiro -“O que você está fazendo aqui na NASA?” – e o faxineiro, cheio de orgulho respondeu: - “Estou trabalhando para levar o homem à Lua!”......... E o mais incrível é que o homem realmente chegou lá!!!

Um abraço a todos!!!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Torre de Babel

Esta história é usada para explicar a existência de muitas línguas e raças diferentes no mundo em que vivemos.

A Torre de Babel, segundo a narrativa bíblica de Gênesis, foi uma torre construída por um povo com o objetivo de que o cume chegasse ao céu e os homens se igualassem a Deus e marcassem seus nomes na história se tornando célebres.



Esta atitude foi considerado uma afronta a Deus que parou o projeto, e depois castigou os homens de maneira que estes falassem varias línguas para que eles não se entendessem e não pudessem voltar a construir uma torre com esse propósito.

Passados muitos anos desta tentativa (bastante mesmo hein...rsrsrsr), aprendi na faculdade que: comunicação é um fator determinante para a manutenção da espécie humana e que os acordos vão tecendo nossa sociedade.

Porém, cada dia que passa temos a mais absoluta certeza de que o mundo é realmente uma Torre de Babel, onde cada pessoa fala a sua própria língua, o que torna a comunicação um elemento complexo e singular.

Segundo o sociólogo Silvio Luiz de Oliveira, autor do livro Sociologia das Organizações, cada indivíduo vê o mundo de acordo com seus próprios olhos e não existem duas pessoas iguais, ele reforça ainda que a personalidade é um conjunto estável de características individuais e de temperamentos.

Então podemos supor que duas pessoas, que falam o mesmo idioma, moram na mesma cidade e trabalham na mesma empresa, podem não se entender por possuírem uma forma de comunicação singular? BINGO!!!

Agora, levando este exemplo para dentro das organizações, o que acontece com várias pessoas trabalhando em um único projeto importante? Um falando o comercialês, outros falando o administratês, o financêis, o logisticalês... apenas para citar alguns exemplos.

Se não existir uma comunicação eficiente entre elas, o projeto pode naufragar e: seja bem vinda a Torre de Babel!!!

Seguindo com o exemplo corporativo, a rapidez na entrega é uma vantagem competitiva que a área comercial vende para os seus clientes mas que, a logística da mesma empresa desconhece e não valoriza. Seu foco é a segurança, no sentido de sempre entregar o que o cliente pediu de forma intacta. Outro exemplo: A área administrativa tem como objetivo não validar processos errados ou incompletos e para tal usa controles sofisticados, só que o comercial acredita que isto não passa de burocracia para amarrá-lo e impedi-lo de atingir suas metas e, portanto não se preocupa com isto e envia processos incompletos.

É neste território onde os verdadeiros líderes conseguem atuar com competência e, muitas vezes, mesmo possuindo o poder de impor uma solução, contribuem para a comunicação e eficiência entre sua equipe agindo como exímios MEDIADORES.

Os líderes desenvolvem a consciência de que não tem que se discutir, e não permite estabelecer uma guerra de mensagens que afasta a possibilidade de um acordo. Ele implementa a comunicação através do diálogo e o direciona a um acordo pelas opiniões e não de forma individual ou mandatória. Ele cria uma situação onde todos se entendam... ele cria um time em busca de um mesmo resultado. Como diria um amigo empresário de São Caetano do Sul "Foco na Subida!!!"

Demorei, mas finalmente consegui escrever meu primeiro post de 2012, espero que seja útil.

Um abraço a todos!!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Ser ou Não Ser?


Demorei bastante para escrever novamente... não é fácil ser um pai, principalmente de primeira viagem... como mencionei no último post, temos que definir as prioridades e até então, o blog está perdendo para meu filho e o trabalho... nesta ordem!!!

Entre uma brincadeira e outra com meu filho, entre um cliente e outro no trabalho, consegui escrever este post abaixo que, com certeza, será o último do ano de 2011, e como estamos em época de natal, ficamos mais expostos emocionalmente. (se tiver algum erro de português dá um desconto, são 00h35 da madrugada)

Apesar das muitas leituras, conversas e experiências adquiridas sobre liderança, muitas vezes nos pegamos em situações que não sabemos como lidar, mesmo com tudo aquilo que aprendemos. O caso que vou descrever abaixo aconteceu comigo em um supermercado em São Caetano do Sul.

Era um domingo de manhã, após o batizado do meu filho Pedro, aproximadamente 11h00 da manhã me dirigi ao supermercado para comprar alguns supérfluos para beliscar antes do almoço que minha irmã e minha mãe preparavam para todos. Me dirigi ao caixa do supermercado que estava menos cheio e, antes de mim, na fila, estavam duas crianças, maltrapilhas, visual tipico de meninos de rua com suas roupas sujas de poeira urbana conseguidas nas horas de trabalho mendigando ou vendendo balas no semáforo.

Sobre a esteira do caixa, eles cuidavam de um pacote de salgadinhos e duas latas de refrigerantes. Visivelmente ansiosos, enquanto o mais novo se distraia vendo as latinhas rolarem pela esteira, o maior contava as moedas para ver se tinham dinheiro suficiente para pagar a conta.

Eles conversaram algumas coisas que não consegui ouvir, meus pensamentos estavam presos tentando tomar uma decisão que, a primeira vista, pareceria fácil, mas nunca imaginei que seria tão difícil assim.

Por impulso solidário me perguntei se deveria ou não me oferecer para pagar a conta dos meninos?

Esta indecisão de fazer uma boa ação e pagar a conta dos meninos que contavam suas moedas começou a mexer com a minha mente... pagar ou não a conta?

Pode parecer uma decisão fácil, mas na posição de líder ou principalmente na posição de pai, qual seria a melhor alternativa. Me lembro até agora do valor total das 2 latas de refrigerantes e o pacote de salgadinhos, R$ 5,95.

Alguns amigos iriam dizer, “Paga logo esta porra e ajuda os meninos”, outros simplesmente falariam "Os ignore, pois não é problema seu, isso é obrigação do Estado cuidar de crianças de rua"... e outros ainda diriam, “Meninos? Que meninos?”.

A verdade é que eu não estava preocupado com a ação que eu iria tomar, isso era fácil decidir, eu estava preocupado com as conseqüências da minha ação.

Me oferecer para pagar a conta poderia ser interpretado pelas pessoas ao redor como uma boa ação e que eu era uma pessoa generosa.

Bom para o meu marketing pessoal?

Poderia ser uma oportunidade e tanto, por apenas R$ 5,90... e na prática?

Eu não estaria desrespeitando os meninos? Menosprezando seu trabalho e tirando o direito deles de comprar algo com o próprio suor?

O salgadinho e o refrigerante era a recompensa por um trabalho que, independente de onde surgiram aquelas moedas, não foi fácil consegui-las. Eu não tinha o direito de estragar aquele momento de conquista e o prêmio daqueles meninos, talvez, na cabeça deles, naquele momento, existisse o pensamento de que o trabalho compensa.

Eis a questão!!!

Desejo a todos um Feliz Natal e um 2012 repleto de conquistas e realizações.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Teoria do Pato!

Já se passou algum tempo desde o último post e realmente a turbulência dos dias de hoje nos impede de fazer o que gostamos. Houve muitas mudanças na minha vida e, graças a Deus, todas para melhor.

Meu primeiro filho, além de uma nova proposta de trabalho, contribuíram para que o tempo ficasse escasso e o post “abandonado”. Porém isso me fez refletir e buscar um alinhamento nas minhas prioridades. Confesso que está sendo a maior dificuldade que já encontrei na minha vida.

O que vem à sua cabeça quando você entra em uma nova empresa, com novos desafios e com a indicação de que você foi contratado porque é um talento e fará parte de um projeto de renovação de idéias e conceitos?

O que vem a sua cabeça quando você chega em casa e vê aquele bebezinho que cresce a cada dia? Uma evolução tão rápida que, se você piscar, perde um momento importante que não volta nunca mais. Outro dia, com meu filho em meus braços, ele deu sua primeira gargalhada... Eu e a Alê, juntos, presenciamos este acontecimento (só sendo pai ou mãe é que se tem a noção da maravilha que é isso). E posso falar que não existe projeto no mundo que justifique perder este momento... os mais céticos vão dizer que ele irá dar outras gargalhadas na vida... e eu vou dizer que quero presenciar todas.

O problema é que lá atrás escolhemos o padrão de vida que queremos ter e mergulhamos fundo no trabalho em busca daquilo que não sabemos direito o que é, mas que queremos muito. Muito confuso isso, não é? Nem tanto!

Quando estamos estudando, nosso objetivo é fazer estágio. Quando fazemos estágio, nosso objetivo é ser efetivado. Quando efetivados, nosso objetivo é a promoção, a liderança, o aumento salarial, etc, etc, etc... e por ai vai... o problema é que nunca acaba, vamos criando um padrão de vida que nos exige cada vez mais. Se não existir um equilíbrio, chegaremos no final da estrada cansados e com a sensação de não ter conseguido nada.

Confesso que estou tentando não fazer parte da teoria do Pato, um animal completo que faz tudo que uma ave pode fazer como: voar, cantar, nadar e andar... mas faz tudo isso sempre “mais ou menos”.

Me indique uma ave que voa muito bem? Provavelmente teremos uma resposta como: o Condor, a Águia, o Falcão e até o Urubu.

Me indique uma ave que canta muito bem? Poderia ser um canarinho, sabiá e até um galo.

Me indique uma ave que sabe nadar com maestria? Poderia ser um Cisne, lembram da história do patinho feio?

Me indique uma ave que anda muito bem? Temos o quero-quero, sabiá laranjeira e até a galinha... menos o coitado do Pato.

Minha dúvida é, ou o pato não conseguiu o equilíbrio, ou não existe o equilíbrio? Enquanto não consigo responder a esta pergunta, vou seguir colocando prioridades e ver meu filho dar os primeiros passos... nem que para isso tenha que vender meus iates, minha mansão, meu helicóptero e minha Ferrari (essa parte, infelizmente, fica apenas no sentido figurado... kkkkkkkkkk).

Sabe de uma coisa? Vou lá perguntar ao Pato se ele é feliz e, se eu demorar para escrever novamente no post, provavelmente estarei vendo meu filho dizer sua primeira frase: "Aqui é Palmeiras Pai!!!" kkkkkkkkk

Abraço a todos e deixem seus comentarios

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Eu tenho direito de andar a 60Km/h!!!

Sim tem, nós podemos andar a 40, 60 ou 120 quilômetros por hora. Aliás todos nós temos este direito, por condição ou por opção, desde que a velocidade seja permitida na via em que estamos trafegando.
“Lá vem você de novo com suas metáforas”?
Para falar a verdade, não é nenhuma metáfora não, pois falo das pessoas que dirigem pelas estradas diariamente e que escolheram sua velocidade ideal para conduzir seu veiculo para chegar ao seu destino... O único problema é que sempre nos lembramos do DIREITO de andar a 60 Km/h, mas esquecemos do DEVER de fazer isso na pista mais lenta (conhecido como pista da direita) para não atrapalhar as pessoas que escolheram andar a 120Km/h. Simples assim não é?  Infelizmente não é isso que vejo todos os dias dirigindo pela Rodovia Anhanguera...  Vejo pessoas que estão dirigindo a 60 Km/h e resolvem ultrapassar um caminhão que está se locomovendo a 58 Km/h em uma pista com duas faixas, sem alterar a sua velocidade e sem prestar atenção no “Comboio” que esta se formando atrás dela. Imagina quantos quilômetros vai demorar até que esta ultrapassagem seja concluída e do número de pessoas que estão atrás esperando o seu direito de andar a 100 Km/h? Considero isso uma total falta de pensamento coletivo e egoísmo puro... o que não combina com um líder.
Agora vamos à metáfora..... pensou que eu não ia fazer uma comparação neh? Afinal de contas escrevo neste blog coisas sobre liderança lembra.... kkkkkkk
Na vida corporativa e até na vida pessoal percebo que existem pessoas que estão andando a 60 Km/h, e não vejo nenhum problema nisso, porém muitas vezes estas pessoas estão formando um comboio que querem andar a 80 ou 100 KM/h.... vamos ilustrar isso melhor?
Imagina uma pessoa que chegou a um cargo de liderança, e que possui um time abaixo dela? Simplesmente ela chegou onde queria e, se depender dela, ninguém vai ultrapassá-la... ela vai fechar todas as passagens e andar na velocidade desejada. Qual a saída? Ou você se conforma e aguarda o tempo necessário, ou você faz uma ultrapassagem pelo acostamento em alta velocidade (opção menos indicada, pois pode gerar um acidente gravíssimo e acabar com você), ou você pega a primeira saída e muda sua rota, segue por outro caminho que te leve ao seu destino a 100 Km/h, mesmo que esta nova rota seja um pouco mais distante.
Conheci profissionais que conseguiram alcançar posições hierárquicas importantes dentro de suas empresas. Em uma conversa com um amigo, que ocupa um cargo importante na hierarquia de uma empresa, ele me disse: “Os números estão sendo cumpridos, eu poderia fazer melhor, mas já estou tranquilo, isso garante o meu emprego, só estou esperando a aposentadoria daqui a uns 5 ou 6 anos, não vou mais esquentar a cabeça, com esse resultado ninguém me enche o saco, e quando chegar a minha hora vou embora, talvez eu estique até um pouco mais a aposentadoria”.
Agora, imagina para alguém da geração X, Y ou a que está sendo chamada de geração @ (arroba) escutar uma conversa desta? Esperar 5 ou 6 anos para avançar? Desculpa, mas eles tem o DIREITO de andar mais rápido e, como líderes, temos o DEVER de oferecer isso à nossa equipe.
Um amigo que tenho da geração Y (nascidos entre os anos 80 e 90) recebeu uma proposta de trabalho para ganhar 50% a mais depois de ficar 10 anos na mesma empresa e ser pouco valorizado.... aceitou a proposta e, depois de realizar um excelente trabalho ganhou visibilidade e, 11 meses depois recebeu outra proposta de outra empresa para ganhar 40% a mais, ou seja, 110% de aumento em menos de 1 ano.... ele me perguntou se,  ao aceitar a nova proposta, sua carteira não ficaria suja por ficar pouco tempo em uma empresa?... Minha resposta foi: os novos lideres que estão se formando são da geração X e Y, eles não se importam com a sua carteira e sim com o resultado e a velocidade com que você está andando.
Obrigado a todos... deixem seus comentários

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sai que é sua Hipocrisia!!!

É comum nos depararmos com situações em que nos julgamos donos da verdade e da ética e queremos impor isso de qualquer maneira. Na maioria das vezes isto representa apenas nosso ponto de vista e não o que realmente é. Muitas vezes este sentimento é potencializado pelos líderes que, na ânsia por audiência, acabam “forçando” uma visão mais adequada aos seus interesses.
Para ilustrar, vou citar um caso que aconteceu esta semana no jogo entre Palmeiras e Flamengo pelo campeonato brasileiro. No segundo tempo, quase no final do jogo, o jogador do Palmeiras Kleber protagonizou um lance polêmico ao, supostamente, desrespeitar o “Fair Play”. O lance começou quando o árbitro da partida, Leandro Vuaden, paralisou a partida para atendimento de um jogador do Flamengo que estava caído e, ao reiniciar o jogo com “bola ao chão”, o Kleber saiu jogando e chutou em direção ao gol adversário e gerou muita confusão e empurra-empurra. Porém o lance repercutiu na mídia de forma negativa para Kleber, já que os jogadores do Flamengo esperavam que ele devolvesse a bola.
Massacrado pelos jornalistas após o jogo, Kleber foi o Bad Boy da rodada. Até o procurador do STJD, Paulo Schimidt (não vou expressar minha opinião particular sobre este cidadão), solicitou as imagens do lance para denunciar Kleber em algum artigo anti-desportivo (mesmo o arbitro dizendo que a atitude de Kleber estava dentro das regras e que o Fair Play era somente um acordo entre jogadores).
Onde quero chegar é que, se analisarmos toda a partida, de uma forma neutra (o que é muito difícil se tratando de futebol), existiram vários lances de desrespeito ao Fair Play e ninguém comentou. Vou citar alguns lances, mas quero deixar claro que não é este o objetivo do post, apenas quero ilustrar que toda a situação, se analisada de uma forma isolada, pode enganar facilmente as nossas conclusões.
No primeiro tempo, o Kleber foi derrubado na área, o árbitro mandou o lance seguir, os jogadores do Flamengo saíram jogando e pedindo cartão amarelo ao jogador pela simulação de pênalti. A imprensa, após rever as imagens, constatou que realmente havia sido pênalti e o árbitro havia errado na sua avaliação. De acordo com o Fair Play, o jogador do Flamengo não deveria confessar que realmente fez o pênalti?
Em um lance de falta a favor do Flamengo, enquanto o árbitro arrumava a barreira, o Ronaldinho Gaucho cobrou antes do apito para surpreender o adversário e ou ganhar tempo, já que um empate era bom fora de casa contra o Palmeiras. De acordo com o Fair Play, o jogador não deveria seguir as regras e obedecer ao árbitro ao invés de atrasar a partida?
Muitos outros lances, que aconteceram neste e principalmente em outros jogos, lances famosos como “La mano de Dios” de Maradona na copa do mundo de 1986 contra a Inglaterra são classificados como positivos.
Vamos supor que no lance de falta do Ronaldinho Gaucho a bola tivesse entrado e o árbitro validado o gol, ou se o árbitro tivesse dado cartão amarelo ao Kleber por simulação de pênalti? A imprensa provavelmente classificaria como um lance de astúcia de Ronaldinho, malandragem do futebol brasileiro, afinal de contas, o mundo é dos espertos. Fico até imaginado a voz do Galvão Bueno narrando o jogo para agradar a audiência. “Vai Ronaldinho, isso garoto, nestas horas é que a experiência de um jogador do nível dele faz a diferença, um jogador decisivo, experiente”.
E se fosse contra o Brasil na final da copa do mundo e um jogador do time adversário fizesse um gol de mão e perdêssemos a copa?
Como lideres, não podemos deixar que isso aconteça na nossa empresa, muitas vezes valorizamos um colaborador pelo resultado obtido e ele se torna um exemplo. Porém não enxergamos como ele conseguiu chegar lá e se foi de uma maneira justa (Fair Play) com os demais colaboradores, fornecedores ou clientes. O perigo está em criar, na sua equipe, um clima de que “malandragem” é algo positivo e que os fins justificam os meios.

terça-feira, 5 de julho de 2011

"Os Fins Justificam os Meios"


O que escrevo abaixo, como todos os textos que escrevi até hoje neste blog, não tem valor de pesquisa, são simplesmente pensamentos filosóficos de um homem curioso que lê bastante, ouve rádio, assiste televisão e conversa com muitas pessoas.
Acredito que estamos vivendo em uma época de Ditadura Branca (não sei se este termo existe, mas depois vou procurar no Google), recentemente, ouvindo as notícias que rondam a política brasileira e os esportes, especificamente o futebol com a copa do mundo e também as olimpíadas, me fizeram refletir sobre um tema que havia anos estava guardado no fundo da minha memória. São conceitos tirados de um livro chamado “O Príncipe”, que li quando estava na faculdade , e que foi escrito por Nicolau Maquiavel. Sem querer ser pretensioso, esta leitura deveria ser obrigatória para todos os cidadãos de bem ou pelo menos os que querem se tornar verdadeiros líderes.
Para quem conhece um pouco de historia política, ou que leu este livro, que foi escrito em 1513, sabe que uma das principais idéias são: "Os fins justificam os meios" e a famosa frase "Pão e Circo".
E o que isso tem a ver com política brasileira versus copa do mundo e esporte? Na minha opinião filosófica? TUDO!
É um pensamento lógico e simples... em tempos de Ditadura no Brasil (quem tem mais de 35 anos deve lembrar alguma coisa e acima de 50 anos vivenciaram na pele), existia uma pressão forte por parte dos militares em controlar, com a censura, o que o povo deveria ou não saber através da TV, rádio ou jornais, que eram os veículos de comunicação mais populares da época. Porém o povo, com uma educação de qualidade, estudantes engajados, jornalistas verdadeiramente profissionais, e excelentes escritores e músicos, conseguiram a tão sonhada “Diretas Já”. Não estou aqui para falar de política, então vamos direto ao assunto.
Hoje vivemos em um país democrata, votamos em presidente, falamos o que pensamos, escrevemos qualquer porcaria em blogs (como este texto, por exemplo...rsrsrsrsr), podemos nos expressar sem medo do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), enfim, somos livres...... será?
Hoje os patrocinadores, mandam e desmandam no conteúdo das mídias, são os mesmos que financiam as campanhas políticas e fazem lobby com o governo para conseguirem expandir ou sustentar seus negócios. É proibido para a emissora, em seu programa de jornalismo, falar alguma coisa pejorativa de seu patrocinador, já houve casos recentes de jornalistas serem afastados da emissora por causa da verdade exposta. Culturalmente também estamos pobres, as indústrias culturais e de entretenimento só produzem o que se vende, e como temos uma educação deficiente e o maior índice de analfabetismo funcional de todos os tempos, o que se vende é o sonho dos ditadores militares, musica sem conteúdo, programas de TV que contribuem para nada com seus reality shows e outras porcarias mais... agora, e a internet? Basta ver os sites que mais fazem sucesso que são os que cobrem a vida de pessoas famosas, que por sinal, faz tempo deixaram de ser pontos de referência intelectual e de talento e passaram a ser apenas objetos de beleza e desejo sexual.

A copa do mundo? Lógico, precisamos de estádios... quantos milhões serão investidos nos estádios? Outro dia, na porta de um hospital municipal, conversando com uma pessoa que esperava para ser atendida, ela me falou que havia marcado a consulta com 3 meses de antecedência e que já estava há 3 horas esperando para ser atendida, e reclamou de mais um monte de coisas como impostos, transporte público e segurança... quando perguntei o que ela achava sobre a copa do mundo, ela simplesmente falou que a abertura da copa deveria ser mesmo em São Paulo e que os governantes deveriam fazer alguma coisa para isso dar certo. Ou seja, sem instrução, nosso povo não consegue enxergar a política do “Pão e Circo” em que vivemos e, para ter a Copa do Mundo no Brasil, “Os fins justificam os meios”... em 1513, pouco depois da descoberta do Brasil, Maquiavel já sabia (talvez ele tivesse conversado com Nostradamus) qual seria a forma mais efetiva da Ditadura.... seria a Ditadura Branca (existe sim este termo em vários lugares do Google)... em 2014 será o ano da glória popular... Férias de Janeiro, Carnaval, Copa do Mundo e se o Brasil ganhar teremos mais um carnaval fora de época... 2015 será a ressaca e a hora de pagar a conta!!!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tempos de Guerra!

Tem uma frase que escutei há algum tempo e que ficou marcada na minha memória pela simplicidade e profundidade do conteúdo... a frase é a seguinte: “Não é em tempos de guerra que se faz aliados”.



É certo que cada pessoa tem suas particularidades e, de tempos em tempos, passa por fases na sua vida que podem se alternar entre momentos bons ou ruins. Estes momentos geram nestas pessoas uma necessidade pessoal que, se não forem aceitas ou bem resolvidas, podem atrapalhar seus rendimentos profissionais e interferir na sua motivação.

Os melhores momentos podem ser: a formatura na faculdade, o dia do noivado, o dia do casamento, o nascimento do filho (eu estou passando por este maravilhoso momento agora), uma conquista profissional ou muitas outras coisas. Os momentos ruins podem ser vários como: a morte de um ente querido, problemas no casamento, dívidas, entre outras muitas situações.

“Então está bom... e o que estes momentos bons e ruins além da frase sem muito sentido que você mencionou acima tem a ver com liderança?”

É neste ponto que quero chegar, um líder de verdade consegue mapear estes momentos de seus subordinados e, utilizando-se da empatia, passar toda a segurança que seus comandados precisam para desfrutar destes momentos com total tranquilidade e principalmente na intensidade que eles precisam.

Com esta atitude, estas pessoas estarão satisfeitas e completas na sua necessidade pessoal e, consequentemente, você terá uma equipe motivada e disposta a ajudá-lo da mesma maneira durante os períodos de “guerra”. Períodos estes que podem ser traduzidos em crises econômicas, de ataques de concorrentes ou outras situações onde um esforço extra da área comercial, marketing ou outras áreas da empresa podem fazer a diferença para alcançar os resultados necessários.

Campanhas motivacionais durante estes períodos de crise podem ter um alto custo para as empresas com pagamentos de prêmios e, as vezes, pelo alto custo, não são aprovadas pelos gestores ou acionistas, afinal de contas estamos em crise e no meio da guerra. Outro ponto, que temos que considerar neste período, pode ser a ineficiência da ação de premiações, ou pelas metas muito agressivas ou pelos pensamentos que ecoam nos corredores das companhias onde os líderes não apóiam seus colaboradores: “Agora ele precisa da minha ajuda não é? Mas no dia que eu precisei, num momento especial para mim, ele não me deu a atenção necessária!”.

Não estou falando em enviar flores e cartões, ou dar bons presentes de casamento, ou fazer um teatro de representações dramáticas.... estou falando em oferecer tranquilidade e segurança, mostrar a ele que tem alguém acima que o está apoiando e dando cobertura... às vezes uma simples ligação utilizando a verdadeira empatia pode funcionar. Por exemplo: “Eu sei o que você está passando, pode ficar tranqüilo que, enquanto você estiver ausente, nós tomaremos conta dos seus afazeres, este momento é especial para você e eu quero você focado na sua necessidade, depois a gente resolve o que ficar pendente”.

Feito isso, deixando seu colaborador envolvido apenas com o momento dele? Pode ter certeza que, lá na frente, quando começar a “guerra”, ele estará na linha de frete do pelotão te defendendo e defendendo a tropa com “unhas e dentes”. Pense a respeito!!!

Não se esqueçam de deixar seus comentários, mesmo que não concordem com meu ponto de vista que, aliás, como sempre, não tem nenhuma base científica, são apenas experiências e boas conversas com muitos amigos que construí ao longo dos meus 36 anos de vida.

Um forte abraço!!!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Abusando da SuperNanny

Minha avó sempre dizia que somente enxergamos aquilo que queremos ver e, para falar a verdade, depois de muitos anos, percebi que ela tinha razão.

Gosto muito de assistir a SuperNanny no SBT com a Cris Poli. No começo era como se fosse apenas uma forma de entretenimento por falta de opções melhores na televisão e para dar risada das travessuras das crianças que ela tenta consertar. Porém, comecei a perceber e a associar a SuperNanny como uma oportunidade para entender o mundo corporativo e a realidade das empresas.

Para ser mais claro, a SuperNanny trabalha como se fosse uma consultora que chega numa empresa que está em crise. Num primeiro momento ela fica apenas analisando a situação sem se intrometer nos métodos e rotinas na casa, por pior que pareça, ela apenas observa e toma notas.

Analisado o problema, ela busca soluções para a situação e é neste ponto que quero chegar. Normalmente as reclamações dos gestores (pais e mães) são de que seus filhos estão fora de controle, que tem algum problema de comportamento, que são isso, aquilo, etc, etc e etc... e finalizam a frase dizendo: “Não consigo mais controlar meus filhos”.

Pois bem, para quem assiste a SuperNanny com uma certa frequência, acaba percebendo que as crianças, em 100% das vezes, não possuem nenhum problema. Por natureza elas são seres “puros” com o “HD” vazio, e que foram contaminados pelos maus hábitos dos pais e consequentemente agem de acordo com o que aprenderam. Ou seja, o comportamento delas, até aquele momento, é simplesmente uma reação de uma má gestão, e por que não falar de uma má liderança?

A SuperNanny atua de forma direta com os gestores, e a conseqüência destas ações é a descoberta de filhos inteligentes, carinhosos e motivados a colaborar, a construir uma família feliz e de sucesso. Os gestores descobrem filhos que até então não conheciam, que possuem talentos e competências que poderiam ser melhores aproveitadas.

Com toda a razão que dou à simplicidade dos conhecimentos de minha avó, aprendi a enxergar na SuperNanny, uma oportunidade de me desenvolver como líder e ter a consciência de que, se o negócio não está indo bem, se as coisas não estão funcionando da forma que deveriam, e se não há perspectiva de melhora? O primeiro que tem que mudar sou eu, para depois consertar os outros. Isso tem que acontecer sempre “Top Down”.

Abusem da SuperNanny e de outros programas que, vistos por um outro ângulo, podem nos ensinar muito mais do que simplesmente uma forma de entretenimento.

Um abraço a todos.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Você sabe Conversar?

Conversar não é uma tarefa muito fácil, exige habilidade, concentração, conhecimentos gerais e, o que eu considero mais importante, desenvolver a empatia. Não há a menor chance de uma conversa “vingar” se não houver empatia.

Na psicologia e nas neurociências contemporâneas a empatia é uma "espécie de
inteligência emocional" e pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva - relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas; e a afetiva - relacionada à habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação da experiência alheia. Você pode ler um pouco mais sobre empatia neste link, http://pt.wikipedia.org/wiki/Empatia. Resumindo, empatia é conseguir se colocar no lugar do outro e sentir o que ele sente.

Voltando ao assunto, não falo de uma “conversa” qualquer, falo de criar um relacionamento, aproveitar a oportunidade de um “bate papo” para adquirir experiência, aprender, confortar seu interlocutor, ser confortado, ensiná-lo ou, porque não, usar a conversa para os negócios?

Não sou nenhum especialista em conversação, apenas tenho paixão por leitura, mas confesso que não gosto de ler livros motivacionais. Não sei “quem mexeu no meu queijo”, se o “vôo da águia” ensinou alguma coisa pra alguém, se realmente existe “o segredo da mente milionária” ou se sou capaz de “recuperar minha vida interior”, mesmo depois de passar pela “verdadeira motivação na empresa”. Mas estou aprendendo muito sobre motivação fazendo algo que gosto muito, conversando com as pessoas.

Por eu ser muito curioso e fascinado por conhecer pessoas, independente do nível social ou cargo que ela ocupa dentro de uma organização ou na sociedade, comecei a utilizar minhas conversas para por em prática tudo que li e pesquisei sobre o tema. Minha formação em publicidade, o trabalho em marketing e vendas, contribui bastante para o desenvolvimento desta competência.

Ainda estou engatinhando na arte de conversar e principalmente me colocar no lugar do outro sem ser muito altruísta, que é uma tendência quando tentamos desenvolver a competência de empatia, mas posso citar algumas barreiras que, se vencidas, pode transformá-lo, no mínimo, em uma pessoa querida por todos e, quem sabe, até gerar melhores negócios.

Parece meio clichê, mas não poderia deixar de citar, seja uma pessoa bem informada e eclética. Já ouviu alguém dizer: “lá vem aquele cara que só sabe falar de alimentação saudável, ou só de futebol, ou só de motor de carro, etc.”

Respeite o próximo, se você não concorda com o que o outro está falando, deixe claro que você entende a opinião dele e, posteriormente, coloque seu ponto de vista ou simplesmente mude de assunto sem fazer comentários.

Não crie expectativa, exponha seu ponto de vista e não espere que o próximo vá concordar com você.

Guarde segredos, ninguém se abre ou confia em alguém que não consegue guardar segredos.

Escute realmente o que a pessoa tem para falar, é comum em uma conversa, quando a outra parte está falando, você se voltar para seus pensamentos interiores na busca de respostas ou outros temas para expor e ficar ansioso para falar. Com isso você não presta atenção no que realmente a outra pessoa tem para dizer.

E lembre-se que, apenas saber ouvir, pode te dar o status de "bom de papo".
Uma vez fiquei mais de três horas ouvindo o desabafo de um amigo que havia terminado recentemente seu relacionamento com sua namorada (tomou um pé na bunda), praticamente não falei uma palavra sequer nestas 3 horas. No dia seguinte, fiquei sabendo através da sua mãe que ele chegou em casa melhor. Ele disse à ela que a conversa que tivemos abriu a sua mente e mostrou que existem outros caminhos melhores nestas ocasiões. Eu simplesmente não falei nada, apenas ouvi.

Um abraço a todos, até o próximo post.