Recentemente assisti a uma palestra do Professor Daniel Kroeff na FGV de Campinas, cujo tema era “Gestão Estratégica de Talentos em Equipes de Alta Performance”. Não quero discutir aqui o conteúdo da palestra que foi excelente, mas a forma com que o Professor a conduziu.

Ele não iniciou a palestra citando seu currículo vencedor e tampouco suas experiências de sucesso, ele iniciou sua apresentação cumprimentando todos os presentes com um aperto de mão e “olho no olho”... mesmo com a sala lotada, ele foi cumprimentando “um por um”.
Uma grande jogada de marketing, eu pensei... logo em seguida uma música de fundo começou a tocar... esse cara é um marketeiro mesmo, reforcei meu pensamento.
Tenho como hábito, antes de assistir a qualquer palestra, pesquisar sobre o palestrante a fim de avaliar seu currículo e se a palestra “vai valer a pena”. Neste caso, o currículo do professor era excelente e, pelo começo, algo diferente pairava no ar. Ainda não sabia se seria bom, mas interessante estava.
Depois de uma breve apresentação, ainda sem citar seu currículo profissional e suas conquistas, ele já iniciou no tema central e foi envolvendo a platéia que se mostrava receptiva e energizada. A cada novo slide, a cada novo tema, a cada vídeo apresentado, um envolvimento maior até que no fim da palestra houve o golpe de misericórdia, com uma história pessoal colocou lágrimas nos olhos da maioria do público presente. O óbvio foi um estouro de aplausos como se vê nas melhores peças de teatro pelo Brasil.
Ok, a palestra foi boa... e daí?
E daí?... É que eu sempre faço uma analogia com alguns assuntos e procuro ver as coisas por um outro ângulo, como no post que escrevi sobre a Super Nanny, e que neste caso do Professor Kroeff, o que me chamou a atenção foi que ele não precisou mostrar seus diplomas, descrever suas conquistas, ou materializar de alguma maneira o que as outras pessoas pensam dele para garantir a credibilidade. Mesmo que no final da apresentação, se ele dissesse que era somente o faxineiro da FGV, já havia conquistado o público pela postura e humildade com que se dirigiu à platéia. Não fazia mais diferença qual era o cargo dele, mas a mensagem que ele passou.
E acredito ainda, para quem estava lá e prestou atenção nos detalhes, que foi uma aula de liderança pelo exemplo e não pela imposição do seu currículo ou pelos slides apresentados.
Nos meus caminhos de mais de 15 anos de carteira assinada, como se diz no popular, já vi muitos chefes nada altruístas que adoram gritar palavras de ordem pelos corredores das empresas, se intitulam excelentes mestres exibindo seus diplomas e conquistas como verdadeiros troféus, mas na realidade não conseguem praticar aquilo que pregam, e se amarram no conceito “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, e o pior de tudo, não conseguem com que seu time acredite no pensamento deles e tenham o mesmo objetivo coletivo!
Gostaria de deixar claro que a comparação que fiz do professor com um faxineiro não tinha o intuito de menosprezar nenhuma classe trabalhista. Apenas tentei ilustrar a ideia de que toda uma corporação, se bem alinhada em seus objetivos, pode até levar o homem à Lua, mas todos precisam estar comprometidos com o mesmo objetivo independente da sua função.
Existe uma história ou lenda que contam por aí, que aconteceu em 1969, pouco antes do homem pisar na Lua. Dizia esta história que um jornalista, aguardando no escritório da NASA para entrevistar os responsáveis pelo projeto Apollo, que levaria Neil Armstrong à Lua, observou um faxineiro que estava recolhendo o lixo próximo a ele e, num instinto jornalístico, fez uma pergunta ao faxineiro -“O que você está fazendo aqui na NASA?” – e o faxineiro, cheio de orgulho respondeu: - “Estou trabalhando para levar o homem à Lua!”......... E o mais incrível é que o homem realmente chegou lá!!!
Um abraço a todos!!!